segunda-feira, 21 de março de 2011

sorriso inesperado

Certo dia, na espera infindável pelo gerente do banco, uma pequena garotinha me chamou a atenção. Devia ter por volta de dois anos de idade e sorria da maneira mais genuína que um sorriso poderia se construir perante o mundo. Corria de um lado para o outro no meio dos adultos e circulava a fileira de cadeiras onde eu estava sentado, repetindo a mesma trajetória com um entusiasmo fora do comum. Fui tocado pela sua alegria, que gerava também em mim o mais belo dos sorrisos que eu poderia conceber: aquele gratuito, despido de exigências e pressupostos complexos. A alegria sem sentido é uma coisa que me fascina. Quis ser também uma criança como ela, e pensei no quão delicioso seria se todos tentássemos extrair o que há de bom à nossa volta e a partir disso tentar viver um pouco melhor. Certa está ela, a garotinha correndo em círculos dentro do banco. Ela ainda não era arte; era apenas vida, em seu nível mais orgânico. É no sorriso dela que eu confiarei, pois sua felicidade faz as coisas valerem a pena. É dela que preciso lembrar.

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