quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Verborragia esquerdista incorrigível

Eu trabalho para sobrevivência. Trabalho para transformar meu esforço em números e, assim, ter a possibilidade de transformar esses números em comida e água. Sou tão natural do planeta quanto a água, por que preciso comprá-la? Sou feito dos mesmos átomos que ela, tenho direito intrínseco de obtê-la por meios naturais, sem nenhum tipo de escravidão que me submeta a outro indivíduo ou ao Estado.

Porque trabalho é sim escravidão - a remuneração não torna a escravidão mais digna. Não que seja uma grande humilhação; não, é normal, temos que trabalhar então trabalhamos. Não vou deixar de trabalhar ou aconselhar isso: com algumas coisas é preciso dançar conforme a melodia, e disposição/possibilidade de mudar o sistema eu não tenho. Só não concordo.

Talvez eu me encontre naquela linha tênue entre:
  1. o proto-marxista;
  2. o anarquista;
  3. o sociofóbico.
Não me interesso em ser o primeiro, sinto no fundo da alma que sou o segundo, e quanto ao terceiro... bem, é preciso assumir: tenho muito medo de me tornar o terceiro um dia. Mas, na verdade, o que eu tenho mais medo mesmo é de me tornar qualquer um dos três. Não quero me limitar, acho que posso ir mais longe que tudo isso - ainda que eu diga "sim, sou anarquista graças a deus!", sinto que isso tudo é uma mera redução do meu ser para fins explicativos, à qual não estou disposto em proporções maiores.

Pelo menos estou numa fase de desenvolvimento pessoal na qual posso não saber o que quero, mas já defini muito do que não quero. E o que são definições e conceitos senão a negação de todo o resto? Um signo só se define como signo quando nega todo o resto da realidade não-recortada por ele. Só sou um indivíduo específico porque não sou nenhum dos outros seis bilhões.

Enfim, é com essa história de signos que eu penso: que puta diferença dois semestres de Elementos de Linguística fazem na vida de uma pessoa. Devia ser obrigatório, no ensino fundamental ou médio. Mas isso já é assunto para outra hora.

domingo, 8 de novembro de 2009

fake plastic ones

Considerar um perfil do orkut ou facebook como correspondente virtual da minha persona real é burrice. Todas as nossas tentativas em fazer da internet um reflexo do que realmente somos são, no mínimo, ineficientes.

Somos todos fakes de nós mesmos.

antropofagia

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

(Oswald de Andrade)

Sou:

Minha foto
São Paulo, SP, Brazil
I'm your lover, I'm your zero - I'm the face in your dreams of glass.